Trajeto
Saindo de Uberlândia rumo a Araxá, pegamos a BR 452, que é o mesmo trajeto da Cachoeira da Fumaça no Rio Claro em Nova Ponte, a Ponte sobre o Rio Araguari na Represa de Nova Ponte e vamos seguindo em frente, passando ainda pelas cidades de Santa Juliana, Pedrinópolis e Perdizes.
Em Araxá vamos pegar a Rodovia MG 428 sentido a Sacramento e Franca, seguir por ela até o trevo de Tapira, aproximadamente uns dez Km do último trevo da cidade. Neste trajeto, de Araxá até Tapira, passamos por mineradoras e barragens de dejetos que contrastam as paisagens naturais.
Vale lembrar que neste caminho para a Serra da Canastra o último posto de combustível está em Tapira, portanto, abastecer aqui é muito importante para não termos problemas com pane seca e como não queremos aborrecimentos vamos planejar bem nossos passeios e viagens.
Após Tapira somente estradas não pavimentadas, o início das aventuras de pilotar em estradas de terra, um trecho de 43 quilômetros de boas estradas rurais, que mais foram feitas e são cuidadas para atender a região agrícola do que aos turistas, um bom teste para quem vai passear dentro do Parque Nacional da Serra da Canastra por estradas bem rudimentares e quase sem nenhuma manutenção.
Então chegamos ao "vilarejo" Distrito São João Batista da Canastra, município de São Roque de Minas. Aqui está uma das quatro portarias do parque. Logo depois de passar pela vila, uns quinhentos metros e está lá a portaria. A partir daqui as estradas ficam bem piores, ou seriam melhores? Cada um vai definir, como eu gosto das estradas de terra, eu entendo que aqui encontramos as melhores estradas para a pilotagem.
Dentro do parque há apenas uma estrada principal, que liga a portaria de Sacramento à portaria de São Roque de Minas, São João Batista da Canastra está próximo da metade deste percurso, depois desta portaria, em poucos quilômetros viramos à esquerda sentido São Roque. Mais alguns quilômetros e chegamos à Garagem de Pedra, que está à direita da estrada.
Voltamos à estrada principal no sentido a São Roque de Minas, mais alguns quilômetros de uma pista quase que "trilha" e a entrada para a Cachoeira Casca D'anta Parte Alta à nossa direita. De volta à estrada principal, continuamos no mesmo sentido e mais alguns quilômetros e a entrada da Cachoeira do Rolinho e Rasga Canga à nossa esquerda.
Chegou o momento de voltar até a portaria 02 do parque, que foi onde entramos, nesta jornada percorremos aproximadamente 90 Km somente dentro da Canastra, se somarmos aos 43 de Tapira até São João Batista da Canastra já se foram 133 Km, vamos terminar o percurso de terra com uns 173 Km de estradas não pavimentadas ao todo.
Depois de passarmos pela portaria 02 e antes de entrarmos novamente na vila, viramos à esquerda em uma estrada que se inicia em um mata-burros no local, uns 500 metros à frente e lá está a nossa última parada, a Cachoeira do Jota. que pode ser vista de alguns pontos da estrada em que viemos e até do vilarejo.
Pilotar uma moto nas estradas do Parque Nacional da Serra da Canastra é mesmo muito difícil, mas ao mesmo tempo, muito emocionante, até porque nem sempre estamos procurando moleza, se você quer "docinho de leite" em seus passeios e viagens de moto, então não escolha este destino. Comprar algum terreno nessas estradas não é tão anormal e nem tão ruim.
São João Batista da Canastra
É um vilarejo pitoresco, destes que parece que o tempo não passou, gente simples, humilde e pouca exploração turística, onde a maioria da população está ligada à agricultura. Somente duas pousadas, algumas casas de veraneio para aluguel de temporadas e uns poucos comércios, vale lembrar que para almoçar no único restaurante do local pode ser necessário fazer um agendamento prévio por telefone.
Garagem de Pedras
A Garagem de Pedras é um local interessante, onde é possível admirar um belíssimo horizonte pelo vale que separa as Serras da Canastra e Babilônia. Aqui, com uma boa dose de silêncio entendemos muito bem o que é o Turismo Ecológico de observação e apreciação.
Cachoeira Casca D'Anta Parte Alta
Casca D'Anta é a cachoeira mais famosa de todo o parque e seu entorno, o local mais visitado por turistas, mas parte alta não é tão visitada assim, mas do interior do parque e deste nosso trajeto é também o local mais visitado, mas posso dizer que de todas as vezes que estive por aqui nunca encontrei mais do umas trinta pessoas. Local muito bonito, com várias cascatas e poços.
Há uma trilha para se chegar na parte baixa da Cachoeira que podemos seguir à partir deste ponto, prepare-se para umas duas horas de caminhada pesada, imagina a volta... como dizemos nas gerais "pra descer todo santo ajuda, pra subir é que a coisa muda". vale a pena mencionar que este é o Rio São Francisco e esta cachoeira está apenas a alguns quilômetros da nascente.
Cachoeira do Rolinho
Uma cachoeira pouco visitada do interior da Canastra, se bem que em se tratando do interior do parque o turismo é bem pouco explorado, o que é até melhor para a natureza. Mais uma bela cachoeira, com um poço razoável para nadar e se banhar, se prepare para a água fria...
Cacheira Rasga Canga
É uma cachoeira ou conjunto de cascatas logo acima da Cachoeira do Rolinho, mais vale a apreciação e observação do que nadar neste local, mas se for realmente importante então é bem possível de encontrar alguns poços para lavar a alma. Muitas pedras desde o local de estacionamento até as margens.
Cachoeira do Jota
Esta é a única cachoeira deste nosso trajeto que está fora do Parque Nacional da Serra da Canastra, seu acesso é bem fácil pela estrada que passa bem aos seus pés no fundo do vilarejo São João Batista da Canastra. Boas trilhas até o poço principal da queda, bem raso e pouco perigo e uma trilha não muito pesada e de uns 500 metros até a parte alta que já está nos limites do parque.
A Cachoeira do Jota é a primeira queda de água do Rio Araguari depois de sua nascente nos altos da Serra da Canastra. Portanto, com um pouco de raciocínio e conhecimentos geográficos, podemos concluir que da Serra da Canastra nascem águas para a Bacia do Rio São Francisco que seguem para o Nordeste do Brasil e águas que seguem para o sul e fazem parte da bacia do Rio Paraná.
Para falar em viajar e passear de moto para a Serra da Canastra, do meu ponto de vista, precisamos de várias postagens aqui no nosso blog, haja visto o tamanho do parque e os diversos locais de visitas que compõem toda a região tanto do interior como dos entornos do Parque Nacional da Serra da Canastra.
É por este motivo e também porque pessoalmente eu tenho vontade de escrever mais postagens sobre este assunto, que espero não acabar tão cedo, que resolvi escrever sobre os passeios à Canastra por partes. Até a próxima.
"Salmos 102,13
Como um pai tem piedade de seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem."
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Autor:
Glaiton Faria
Além da paixão por moto, passeios, viagens e turismo ecológico, trabalho com transporte de máquinas e serviço de guincho pesado para caminhão em Uberlândia - MG
